terça-feira, 25 de janeiro de 2011

A emoção das palavras…

Olá!
Bem-vindos a este cantinho. Um espaço com milhares de palavras lidas, outras tantas páginas viradas, inúmeras noites pouco ou mal dormidas. Dorme, amor, já apago a luz… sussurro ao meu companheiro. Entre risos ou gargalhadas mal contidas, suspense(s) ou descrições elaboradas, olhos lacrimejantes ou simplesmente cansados, acompanho famílias inteiras ou almas solitárias perdidas neste mundo cão.
Sempre tratei os livros como se fossem obras de arte. Adoro acariciá-los, cheirá-los, abrir páginas ao acaso e ler alguns bocadinhos… pequenos excertos que rapidamente dão lugar à primeira página, onde embarco numa viagem dos cinco sentidos: vejo ruas próximas ou destinos longínquos, ouço murmúrios apaixonados ou gritos de revolta, sinto o gosto da fome ou saboreio requintadas refeições, enquanto até mim chegam os odores mais primários ou delicadas notas florais. As suas mãos fortes tocaram no rosto pequeno, delineando levemente a boca… Sim, amor, estou quase a acabar a página… é só um minuto…
Olho para as estantes por trás de mim. São centenas de livros! Muitos comprados por me apaixonar pelas sinopses, outros tantos oferecidos por quem me conhece ou partilha do mesmo amor que eu. Goste-se ou não do tipo de escrita, admire-se ou não os autores, são todos  pedacinhos de mim.
Mas é hora de seguir em frente, com a dolorosa noção de que não os posso manter comigo. Restam as memórias… de cada linha vivida, de cada personagem acarinhada ou odiada. Porque para mim ler é (também) viver.
Quando descobri
este sonho, cheio de garra e perseverança, houve de imediato uma identificação com as palavras cheias de emoção:
”São as minhas coisas. Cada peça, cada livro foi adquirido com sacrifício ou oferecido por pessoas que me querem muito bem. Todos eles têm uma história. E isto, pessoas, não é uma decisão que se tome assim de ânimo leve. Só que nós não somos as coisas que temos mas os sonhos que acalentamos. As memórias ficam comigo. As minhas coisas, essas, espero que fiquem nas mãos de alguém que as saiba acarinhar.  Bem hajam.”
Desejo à Maria e ao seu gato tudo o que desejo para mim mesma. A ela em Bruges, na ONU, a mim em Nova Iorque, numa escola de cinema. A realizar-me. A ser feliz!
Agradeço a todos desde já pela vossa visita e pela ajuda na concretização do meu sonho.

Cristina

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